terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O manifesto do novo homem

Vivemos em um mundo novo...
    

 Nos alguns milhares de anos de existência da humanidade lutamos, nós homens, para manter uma ordem definida na posição do homem e da mulher. As ferramentas foram muitas, as explicações também. Primeiro justificamos a nossa posição com a maternidade, o homem cuida da caça e a mulher cuida dos filhos, e essa justificativa pareceu bem lógica por um bom tempo. Depois veio a força. Na Grécia antiga as mulheres e os escravos tinham posições sociais parecidas, eram consideradas tão indignas que os homens preferiam se relacionar entre si. E por último, a maior de todas as justificativas, Deus. Com a ordem divina imposta, muitas fogueiras foram alimentadas com corpos de mulheres e muitas outras morreram pelo simples princípio familiar, homem cuida do sustento, mulher cuida da casa. Assim, conseguimos estender nosso domínio por mais dois mil anos.

    Nesse novo mundo que vem sendo criado não há mais ordem sexual, e se um dia haverá alguma outra ordem onde predomine a mulher, então vivemos hoje a fase de transição dos poderes. O que há hoje é uma deliciosa anarquia dos sexos. O destruidor avanço feminino faz o homem recuar de suas antigas funções, e como toda tropa em fuga, o homem fica confuso sem saber ao certo que posições ocupar. A verdade é que ocupamos as mesmas funções há muito tempo e a maioria não sabe fazer outra coisa que não seja dominar. O resultado disso é que homem pela primeira vez se sente inseguro na relação com a mulher.

 A destruidora invasão feminina a qual me referi não se trata dos espaços geográficos, sociais, ou trabalhistas apenas, mas também do comportamento, e quanto a isso preciso ser mais específico. As mulheres ao assumir nossas funções adquiriram direitos que só pertenciam aos homens, por exemplo, o direito de investir sua sensualidade em um homem sem que isso pareça vulgar, sair pra balada com as amigas e deixar o namorado em casa estudando, e até o direito de trair, não que mulher não traísse em outros períodos, mas hoje ela pode tratar isso como um homem trataria, sem pudor, sem remorsos e com uma violenta naturalidade. Foi com esse pensamento que cheguei a minha conclusão sobre o motivo de homem ter lutado por esse domínio por tantos séculos, e o motivo se resume a uma palavra: medo. Nós homens tememos a inconstância feminina e por séculos tentamos conter algo que não pode ser contido, hoje sabemos. Isso é que algo que partiu da nossa fragilidade emocional, que não suporta pensar na mulher livre em um lugar onde ele não está e principalmente com um homem que não seja ele.

Com esse manifesto nós, homens que buscam novas posições na anarquia sexual, viemos anunciar um novo homem. Um homem que tem novas perspectivas e não se preocupa com as funções que deixou pra trás, que não se importa em ver a sua mulher trabalhar e ganhar duas vezes mais que ele, que conversa, que escuta, que exige amor e carinho e não nega seus sentimentos, que entende a importância da palavra “ceder” numa relação, que é paciente e insiste numa relação até o fim, e que acredita que a fidelidade é um produto do respeito que se tem por quem se ama.